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Projeto da UnB entrega água a moradores de comunidade em situação de vulnerabilidade socioeconômica


Os galões distribuídos vieram da parceria com o projeto Águas da Serrinha do Paranoá. Imagem: Reprodução


O acesso à água potável é um direito fundamental a todo cidadão. Apesar disso, a equipe do projeto da Universidade de Brasília Vida e Água para ARIS identificou, em 2020, que 39 Áreas de Regularização de Interesse Social (ARIS) no Distrito Federal ainda não possuem acesso direto ao recurso. Isso significa que cerca de 200 mil pessoas residentes no DF estão fora da rede de distribuição da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).

Entre as ARIS que não estão inseridas na rede de fornecimento de água está a Estrutural. Para tentar minimizar o impacto do problema, integrantes do projeto realizaram, em fevereiro, a entrega de 50 galões com água potável para famílias em vulnerabilidade socioeconômica na região administrativa. Esta é a primeira remessa que será fornecida à comunidade local.

A entrega dos galões foi realizada em parceria com o Instituto Oca do Sol, que disponibilizou o recurso hídrico pelo projeto Águas da Serrinha do Paranoá. A iniciativa é voltada à recuperação, em uma área no Lago Norte, de nascentes e córregos que abastecem o lago Paranoá com água limpa. Os galões foram certificados pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).

“Essa entrega foi o primeiro passo de uma jornada. Quantas famílias estão sem água da Caesb em plena pandemia?", questiona Perci Coelho, professor do Departamento de Serviço Social (SER) e coordenador do projeto.

Segundo o docente, a ação não seria possível sem o engajamento da equipe da Diretoria de Gestão de Materiais do Decanato de Administração (DGM/DAF), que forneceu os galões para o envasamento da água doada, vinda da área da Serrinha do Paranoá.

ESFORÇOS – O coordenador do projeto acredita que é possível ampliar a ação e atingir a totalidade das famílias sem água potável em casa no Distrito Federal se firmada uma parceria entre UnB e Caesb.

Na avaliação de Perci Coelho, a sindemia vivida no DF não se relaciona somente com a covid-19, mas com a desigualdade social. O conceito de sindemia, trabalhado pelo grupo envolvido na iniciativa, evidencia como problemas de saúde agravam-se em populações de acordo com seu contexto social e econômico, e como esse mesmo contexto agrava os problemas de saúde.

Para o professor, a falta de acesso à água intensifica o processo de fragilização das pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, principalmente no atual momento de pandemia. “Nosso projeto quer contribuir para o enfrentamento da covid-19, empoderando as redes de apoio a essa população mais vulnerável. O acesso à água da Caesb e da Serrinha do Paranoá é apenas o primeiro passo”, afirma.

Cerca de 200 mil pessoas vivem sem acesso direto à água potável nas 39 ARIS do DF sem abastecimento pela Caesb. Foto: Pixabay


Cerca de 200 mil pessoas vivem sem acesso direto à água potável nas 39 ARIS do DF sem abastecimento pela Caesb. Foto: Pixabay


NA COMUNIDADE – A iniciativa foi uma das aprovadas em edital conjunto do Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à Covid-19 (Copei) e dos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX).

Inicialmente, o projeto foi chamado de Enfrentando o Covid-19 e suas relações socioambientais: empoderamento de Redes Locais para acesso à água como direito nas ARIS do DF. No entanto, após a intensificação dos diálogos com os movimentos sociais, ficou conhecido como conhecido como Vida e Água para ARIS.

Com o objetivo de contribuir para ampliar a mobilização em torno do acesso à água potável pela população do DF, foi inaugurada, em 2020, a primeira Casa Vida e Água para ARIS, sediada no Centro de Ensino Fundamental da Estrutural 2 – mesmo local onde os galões foram entregues. Trata-se de espaço comunitário de caráter associativo, provisório e emergencial que deve auxiliar em ações de combate à covid-19, até que seja instalada uma sala de situação de saúde na região.

Realizada em modo remoto, a cerimônia de inauguração contou com a presença de vários parceiros, entre eles, entidades da sociedade civil organizada.

FUNDO DE DOAÇÃO – Para viabilizar o financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação da Universidade com foco no combate à covid-19, o Copei criou, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo para arrecadar doações. Pessoas e empresas do Brasil e do exterior podem destinar recursos para as iniciativas ao acessar a página www.doe.unb.br.



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